O bombardeiro Tupolev Tu-4 fez o seu 1º voo em 1947 e foi o primeiro avião da extinta União Soviética com capacidade de ataque estratégico. Embora criado para se contrapor às forças americanas no período inicial da Guerra Fria, a aeronave era a cópia quase exata do americano Boeing B-29.
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A União Soviética já havia produzido bombardeiros com quatro motores em anos anteriores. Mas nenhum deles era tão avançado quanto o avião da Boeing, criado nos anos finais da Segunda Guerra Mundial (quando EUA e URSS eram aliados).
Para ganhar tempo, o então ditador soviético Josef Stalin ordenou que fosse feita um trabalho de engenharia reversa do B-29. Para isso, seriam usados três exemplares do bombardeiro da Boeing que fizeram pousos de emergência na União Soviética durante o conflito mundial.
Mesmo assim, o desenvolvimento da cópia, que recebeu o nome de Tupolev Tu-4, foi um trabalho que exigiu alguns anos. Foi necessário adaptar componentes e chapas para o sistema métrico, além de colocar em produção ligas metálicas que não existiam na União Soviética da época.
O resultado foi uma aeronave visualmente idêntica ao B-29, mas que se diferenciava apenas pelo seu armamento, sistemas de comunicação (também copiados dos americanos, mas diferentes do B-29) e motores. Com quatro propulsores Shvetsov ASh-73 de 2.400 cv, podia atingir a velocidade máxima de 558 km/h. Pouca coisa mais lento que os 575 km/h do B-29.
O B-29 soviético teve 847 unidades produzidas até 1952 e foi o primeiro do país a lançar uma bomba nuclear em teste. O avião foi utilizado também pela China, que retirou os seus últimos exemplares de serviço apenas em 1988.